Introdução à Meditação
Informações iniciais e aspectos científicos.

1. INTRODUÇÃO:

Nas últimas décadas, os equipamentos de ressonância magnética nos permitiram pesquisar aspectos que antes eram completamente desconhecidos e trouxeram a meditação para os laboratórios, para ser estudada à luz da ciência.
O que temos observado é que podemos efetivamente modificar nossos cérebros, alterando nosso humor, nossa capacidade de empatia, nossas habilidades relativas aos relacionamentos interpessoais e muitas outras.
O trabalho teve como objetivo descrever, através de uma pesquisa bibliográfica, uma explicação científica para a eficiência da prática da meditação, bem como identificar as situações nas quais ela se mostra mais apropriada.
Recentemente os cientistas descobriram que a prática meditativa altera nossas ondas de eletroencefalograma (EEG) em direção alfa ou theta, o que afeta nosso sistema autônomo de forma benéfica, e mais importante, reduz a atividade do lobo temporal direito para o lobo temporal esquerdo.
Entre outros benefícios, temos uma postura mais positiva, menor agressão, um estado mais relaxado, um sistema imunológico saudável e uma desaceleração do processo de envelhecimento.

2. Metodologia:

Para que o objetivo da pesquisa proposta fosse atingido, foi realizada uma pesquisa bibliográfica que possibilitou o acesso aos resultados de trabalhos científicos que mostraram a eficiência da prática de meditação, bem como da identificação das situações nas quais ela se mostra apropriada.

3. Resultados e discussões:

3.1 Métodos para Analisar a Atividade Cerebral:

Basicamente temos seis métodos de imagem principais para analisar a atividade cerebral: EEG, ressonância magnética, fMRI, CAT, PET e SPECT.
Os três primeiros, EEG, ressonância magnética e fMRI, não são invasivos, enquanto os três últimos, CAT, PET e SPECT, envolvem a aplicação de contrastes radioativos, algo que muitos dos praticantes de meditação não estariam dispostos a permitir para fins de estudos.

EEG – Electroencefalograma é um método que mede as ondas cerebrais electronicamente, através de eletrodos na cabeça. A atividade elétrica em vários pontos na cabeça é registrada por um dispositivo ligado aos eletrodos. Ele pode determinar a frequência e amplitude das ondas cerebrais, para que possamos determinar o tipo de onda cerebral está sendo produzida. Esta informação é útil ao estudo dos efeitos de diferentes estímulos no cérebro.

MRI – Ressonância Magnética é o método que envolve o cérebro em um campo magnético forte usando-se sensores em torno da cabeça para detectar sinais eletromagnéticos gerados pelos átomos de hidrogênio, em resposta a este campo. Em seguida, converte-o em uma imagem. O equipamento pode produzir uma imagem muito detalhada de qualquer área do cérebro. Sua limitação está relacionada ao fato que ele funciona melhor para mostrar mudanças físicas e não as químicas ou metabólicas.

fMRI – Ressonância Magnética Funcional, quantifica mudanças no fluxo sanguíneo e no metabolismo. Neurônios ativos requerem mais oxigenação, de modo que a fMRI pode determinar onde no cérebro a atividade é mais intensa. É semelhante à ressonância magnética, mas usa dados químicos para analisar a imagem, em vez de apenas dados físicos.

CAT – Tomografia Computadorizada – mostra uma fatia do cérebro. O Raio-X é disparado em um lado do cérebro, enquanto um sensor capta do outro lado e registra a quantidade de radiação. Áreas que absorvem uma grande quantidade de de radiação na digitalização mostram uma cor diferente. A desvantagem do CAT é a grande exposição à radiação.

PET – Tomografia por Emissão de Pósitrons é uma ferramenta da medicina nuclear que usa raios-X. O contraste injetado contém pósitrons, que interagem com os elétrons para produzir radiação eletromagnética e detectores recebem a radiação, mapeando a atividade cerebral, pois as imagens ficarão iluminadas nas regiões ativas.

SPECTSingle Photon Emissão Tomografia Computadorizada envolve também a injeção de contraste radioativo, a medida que a substância se decompõe, produz raios gama, que podem então ser medidos e transformados em imagens tridimensionais da atividade cerebral.

Alguns dos equipamentos para a análise da atividade cerebral permitem medições das correntes elétricas que trafegam pelo cérebro, podendo-se avaliá-las com relação ao comprimento de onda e classificá-las da seguinte forma:

– acima de 30 Hz – ondas beta, encontradas com o indivíduo em estado de vigília;

– 14-30 Hz – ondas alfa, normalmente encontradas quando o indivíduo está calmo, relaxado, ou, muitas vezes, quando está em estado meditativo;

– 8-13 Hz – ondas theta, produzidas durante alguns estados do sono e alcançadas por praticantes mais avançados de meditação;

– 4-7 Hz – ondas delta, encontradas em sono profundo;

– abaixo de 4 Hz – Ondas Gama;

O EEG além de avaliar a frequência de onda encontrada em cara região do cérebro também pode verificar se existe coerência no contexto, se as diferentes partes do cérebro estão em sincronicidade em relação às ondas cerebrais. Por exemplo, se uma região do cérebro apresenta atividade beta e outra região do cérebro mostra ondas alfa, não existe nenhuma coerência entre essas partes. A coerência está relacionada à criatividade do indivíduo. Estudos apontam que a meditação tem a capacidade de aumentar os níveis de coerência (ORME-JOHNSON, 1977b).

“O praticante novato apresenta um aumento na produção de ondas alfa, os regulares e experientes já conseguem apresentar predomínio de ondas alfa e os muito avançados chegam a apresentar ondas Teta” (AUSTIN, 1999, p. 88).

A região cerebral onde temos uma maior mudança é no lobo frontal, segundo pesquisadores japoneses (TAKAHASHI, et al. 2005).

“Meditadores muito avançados, com mais de 10.000 horas de prática, chegam a apresentar ondas gamma” (AUSTIN, 1999, p. 90).

“As pesquisas de Richard Davidson também descobriram um enorme aumento na atividade gamma no lobo frontal esquerdo dos praticantes avançados” (GOLEMAN, 2004, p. 12).

Existem também evidências de que o tipo de foco da meditação pode resultar em diferentes tipos de ondas no cérebro. Estudos que avaliaram a meditação concentrada observaram aumento de ondas theta e ondas alfa (LUTZ, et al. 2004).

Estudo com meditadores de Sahaja Yoga, caracterizada pela ausência de pensamento, apresentou resultados diferentes, com o aumento da presença de ondas teta (AFTANAS; GOLOCHEIKINE, 2001).

Uma pesquisa recente descobriu que os praticantes budistas de longo prazo, que focam em um estado de compaixão durante a meditação, tiveram uma elevação das ondas gamma durante e pouco depois da meditação, em comparação com os indivíduos de controle da pesquisa.

Lehmann et al. (2001) descreveram que pesquisadores estudaram os efeitos neurológicos de diferentes tipos de meditação.

Embora todos os estudos apontem diferentes alterações no EEG, todos mostram um afastamento da beta, ou seja, mudança em ondas cerebrais do nosso estado normal de vigília, geralmente mudança na direção alfa ou theta, que são estados relaxados.

Além das ondas cerebrais serem afetadas pela meditação, respostas fisiológicas e bioquímicas também podem ser observadas.

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